Carioca, Sylvia Orthof nasceu em 1932, filha única de um casal de imigrantes pobres. Seus pais eram judeus austríacos e fugiram para o Brasil entre as duas guerras mundiais. Para cá vieram também seus avós e seus tios. Era uma família que respirava arte. O pai era pintor; o tio materno, compositor; a avó paterna era casada com um letrista de operetas vienenses; e a avó materna era pintora e ceramista.Sua infância difícil era ainda tumultuada pelo desencontro de idiomas. Aprendeu, primeiramente, a falar o alemão e até o início da idade escolar falava português com sotaque. Refugiados em um país que lutava ao lado dos Aliados na II Guerra Mundial, seus pais cuidavam para que não fossem confundidos com nazistas. Por isso evitavam falar em público a língua alemã.
Abaixo um de seus textos:
"Carrego a vida, deixo fluir,
não é de propósito.
Se acontecer bem,
nasce um livro."
"Escrever para criança é ser
adulto-criança no momento mágico
da escrita ou da leitura. A sintonia vira pipa,
o fio que se avoa-inventa-tenta-volta-e-vem,
busca de liberdade e céu. As asas-páginas
devem bater dentro de nós, escritores e leitores.
Não existem mais barreiras de idade,
o mais infantil dos textos,
quando bate na magia da arte, vira viagem!"